Ela apareceu por pouco tempo, mas deixou uma marca profunda nos corações dos fãs. Tess é uma das personagens mais intrigantes de The Last of Us, e seu impacto vai muito além do tempo de tela. Seja no jogo da Naughty Dog ou na adaptação da HBO, Tess é um exemplo de força, mistério e humanidade em meio ao caos. Mas será que você realmente conhece tudo sobre ela?
Prepare-se para mergulhar em dez fatos curiosos e pouco conhecidos sobre a Tess, explorando tanto a versão dos games quanto da série. Algumas dessas curiosidades vão mudar completamente a forma como você enxerga essa personagem marcante!
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1. Tess quase teve um papel de vilã no jogo original
É isso mesmo, Chefe. Durante as fases iniciais de desenvolvimento de The Last of Us, Tess não era exatamente a aliada confiável que conhecemos. Na ideia original dos roteiristas, ela seria a grande antagonista da primeira parte do jogo.
A trama inicial mostrava Tess como ex-parceira de Joel, traída por ele no passado. Seu arco seria de vingança, perseguindo Joel e Ellie durante boa parte do game. A história mudaria drasticamente com a sua aparição como vilã, criando uma tensão constante. No entanto, a equipe percebeu que o enredo perderia impacto emocional e decidiu reescrever completamente o papel dela, transformando Tess em uma figura forte, corajosa e trágica.
Essa reviravolta nos bastidores mostra como pequenas decisões podem moldar completamente o destino de um personagem.
2. A morte de Tess foi pensada para gerar empatia imediata
A escolha de matar Tess tão cedo no jogo nunca foi aleatória. Neil Druckmann, diretor criativo do jogo, já revelou que a cena foi construída para servir como catalisadora emocional, tanto para o jogador quanto para o próprio Joel.
Até aquele momento, Joel estava apenas “cumprindo um trabalho”. Mas o sacrifício de Tess faz com que ele comece a enxergar Ellie de outra forma. Mais do que isso, Tess representa a última faísca de esperança e humanidade dentro daquele mundo devastado. Sua morte força Joel a tomar uma decisão: seguir em frente e proteger Ellie, mesmo sem querer. É um momento que quebra barreiras emocionais e deixa o jogador vulnerável — exatamente como a equipe criativa queria.

3. O visual de Tess foi inspirado em mulheres de resistência da Segunda Guerra Mundial
O design de Tess no jogo foi cuidadosamente pensado para transmitir força, resistência e um certo ar de nobreza. Para isso, os designers se inspiraram em figuras históricas femininas, principalmente mulheres que participaram de movimentos de resistência durante a Segunda Guerra Mundial.
O resultado foi uma personagem com traços marcantes, roupa funcional e postura decidida. Tess não usa maquiagem, não se veste para agradar ninguém. Ela está ali para sobreviver — e liderar. Sua presença impõe respeito, mesmo sem dizer uma palavra.
Essa inspiração trouxe mais profundidade ao visual e contribuiu para torná-la um dos rostos mais memoráveis do game, mesmo com uma participação breve.
4. Na série da HBO, Tess tem mais tempo de tela e um passado mais revelado
Enquanto no jogo a história de Tess é mais implícita, a série da HBO decidiu aprofundar um pouco mais seu passado. Interpretada brilhantemente por Anna Torv, a versão live-action de Tess ganhou camadas que a tornaram ainda mais interessante.
Na adaptação, vemos uma relação mais íntima com Joel, com insinuações claras de que os dois tinham um relacionamento amoroso, embora nunca oficializado. A série também mostra Tess com mais vulnerabilidade emocional, inclusive com um olhar mais romântico sobre o futuro — algo que contrasta com o pragmatismo da Tess dos jogos.
Essa abordagem mais emocional trouxe novos fãs para a personagem e mostrou que, por trás da armadura de sobrevivente, havia uma mulher cheia de cicatrizes internas.
5. A atriz de voz da Tess nos games é uma veterana do cinema
Tess ganhou vida nos jogos através da performance de Annie Wersching, uma atriz americana com vasta experiência em TV e cinema. Ela não apenas dublou, mas também fez a captura de movimentos da personagem — ou seja, tudo que você vê e ouve da Tess no jogo vem diretamente do talento de Annie.
A atriz é conhecida por papéis em séries como 24 Horas, The Vampire Diaries e Bosch. Sua entrega emocional como Tess foi tão poderosa que muitos fãs consideram essa uma das melhores performances de sua carreira.
Infelizmente, Annie Wersching faleceu em 2023, deixando um legado imenso. Sua interpretação de Tess permanece viva na memória dos fãs e como uma das atuações mais marcantes da história dos games.
6. Tess representa a dualidade moral de um mundo sem leis
Diferente de muitos personagens que seguem um caminho óbvio de “bem ou mal”, Tess vive no limiar da moralidade. Ela não é uma heroína no sentido clássico, mas também está longe de ser uma vilã.
Ela lida com contrabando, violência e decisões cruéis com naturalidade. No entanto, age com honra dentro do seu código pessoal. Sua aliança com Joel é baseada em lealdade e pragmatismo, mas também em um vínculo que vai além do negócio. E quando ela percebe que Ellie pode ser a chave para algo maior, não hesita em dar a vida por essa causa. Essa complexidade faz de Tess uma das personagens mais realistas e humanas da franquia.
7. Na série, a morte de Tess tem um simbolismo diferente
No jogo, Tess morre em um tiroteio com soldados da FEDRA. Já na série, sua morte tem um contexto muito mais simbólico e impactante visualmente. Ao ser infectada, ela decide ficar para trás e explodir uma horda de infectados, permitindo que Joel e Ellie escapem.
O momento é carregado de emoção, mas também de poesia visual. O beijo grotesco de um infectado antes da explosão foi uma escolha estética ousada da direção da série, simbolizando a fusão final entre a humanidade e o fungo. Um momento bizarro e inesquecível, que deixou muitos espectadores desconfortáveis — exatamente como os criadores queriam. Essa mudança na cena da morte criou uma nova leitura para a personagem, dando-lhe um fim mais simbólico e grandioso.

8. Tess ajudou a moldar a personalidade de Joel
Poucos personagens tiveram tanta influência sobre Joel quanto Tess. Antes de Ellie, era ela quem mantinha Joel equilibrado — mesmo que fosse na base da dureza. A ausência dela ao longo do jogo não significa que sua presença se perdeu.
A forma como Joel lida com Ellie, suas decisões, sua relutância em se abrir emocionalmente… tudo isso carrega a marca de Tess. Ela foi a primeira a acreditar que Ellie era diferente. Ela foi a primeira a pedir a Joel para fazer algo por alguém além dele mesmo.
Essa semente plantada por Tess é o que transforma Joel ao longo da jornada. Mesmo morta, ela continua sendo bússola moral de Joel — mesmo que ele não admita.

9. Tess tinha planos para o futuro — e isso muda tudo
Um detalhe pouco notado tanto no jogo quanto na série é que Tess, mesmo vivendo em um mundo em ruínas, ainda fazia planos. Ela não era apenas uma sobrevivente. Ela acreditava, mesmo que secretamente, que algo poderia mudar.
Esse vislumbre de esperança fica claro em suas falas finais, principalmente quando diz para Joel seguir em frente com Ellie porque “ela merece uma chance”. É o momento em que percebemos que Tess não estava apenas cumprindo uma missão. Ela queria, lá no fundo, ver um mundo melhor.
Essa fagulha de esperança é o que conecta Tess com Ellie — e com o jogador. É a mensagem de que mesmo nos piores cenários, ainda podemos acreditar em algo maior.
10. A memória de Tess ecoa por toda a saga
Mesmo com uma participação breve, Tess nunca é esquecida. Seu impacto ecoa ao longo de todo o primeiro jogo e até em The Last of Us Part II. As atitudes de Joel, os silêncios, as escolhas… tudo carrega um pouco da ausência de Tess.
E entre os fãs, ela se tornou uma espécie de ícone cult. Existe uma admiração silenciosa por essa mulher que, mesmo com pouco tempo de tela, se impôs como uma das figuras mais fortes da série.
Ela é lembrada não pelos seus feitos grandiosos, mas pela humanidade crua que carregava. Uma mulher comum, em um mundo incomum, que escolheu fazer o certo — mesmo sabendo que não sobreviveria.
A força de Tess está na sua humanidade
Chefe, se tem algo que torna Tess inesquecível, não é sua habilidade com armas, sua liderança ou sua coragem. É sua humanidade. Em um universo tão brutal quanto o de The Last of Us, onde cada gesto é uma luta e cada escolha pode ser a última, Tess ainda acreditava.
Acreditava que Ellie era diferente. Acreditava que Joel poderia mudar. Acreditava, mesmo sem dizer, que valia a pena tentar.
E talvez seja por isso que ela fique marcada. Porque em um mundo onde todos perdem tudo, ela ainda conseguiu deixar algo: esperança.