Poucas franquias na história dos videogames conseguiram se reinventar e permanecer tão relevantes quanto God of War. Desde sua estreia em 2005, a saga de Kratos conquistou gerações de jogadores com combates brutais, narrativas emocionantes e uma mitologia riquíssima. Inicialmente enraizada na mitologia grega, a franquia passou por uma transição surpreendente ao explorar a mitologia nórdica, trazendo novas camadas de profundidade ao personagem principal.
Além da evolução da jogabilidade e do mundo ao seu redor, Kratos passou por uma das maiores transformações já vistas em protagonistas dos videogames. De um guerreiro movido pela raiva e desejo de vingança a um pai tentando lidar com seu passado e criar um novo futuro para seu filho, God of War é um testemunho de como os videogames podem contar histórias complexas e impactantes.
O Sou Sonysta explora toda a trajetória da franquia, desde seus primeiros passos no PlayStation 2 até os recentes sucessos no PlayStation 5, analisando o impacto da série na indústria e o que podemos esperar para o futuro.
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A origem da franquia e a revolução nos games
Lançado em 2005 para PlayStation 2, God of War rapidamente se tornou um marco na indústria dos games. Criado pelo estúdio Santa Monica da Sony, o jogo trouxe uma abordagem cinematográfica com narrativa intensa, jogabilidade fluida e combates brutais. Inspirado na mitologia grega, o primeiro título apresentou Kratos, um guerreiro espartano assombrado por seu passado, determinado a se vingar do deus da guerra, Ares.
O sucesso foi imediato, graças ao gameplay inovador, que combinava ação hack and slash com elementos de puzzle e exploração. Além disso, a forma como a história era contada — com flashbacks revelando a tragédia pessoal de Kratos — cativou os jogadores.
A trilogia original: o caminho para a vingança
Com o estrondoso sucesso do primeiro jogo, a sequência não demorou a chegar. God of War II (2007) ampliou a mitologia, colocando Kratos como o novo Deus da Guerra e introduzindo ainda mais batalhas épicas contra figuras mitológicas. O jogo elevou o nível da franquia em termos gráficos e mecânicas de combate, sendo considerado um dos melhores títulos do PS2.
Já no God of War III (2010), a série fez sua estreia no PlayStation 3 e entregou um desfecho apoteótico para a saga da mitologia grega. O jogo trouxe confrontos épicos contra os deuses do Olimpo, gráficos impressionantes para a época e uma conclusão brutal para a jornada de vingança de Kratos contra Zeus.
Spin-offs e expansão do universo
Além da trilogia principal, a franquia recebeu spin-offs que expandiram a história de Kratos:
- God of War: Chains of Olympus (2008) – lançado para PSP, narra eventos anteriores ao primeiro jogo.
- God of War: Ghost of Sparta (2010) – também para PSP, aprofunda o passado de Kratos e sua relação com seu irmão, Deimos.
- God of War: Ascension (2013) – um prequel lançado para PS3, explorando a trajetória de Kratos antes de sua vingança contra Ares.
Apesar de trazerem mais contexto para o personagem, esses jogos não tiveram o mesmo impacto da trilogia original, e a franquia parecia estar perdendo fôlego.
A reinvenção da série e a jornada nórdica
Após anos sem um novo título principal, God of War (2018) marcou o renascimento da franquia, trazendo uma nova abordagem tanto narrativa quanto mecânica. Agora ambientado na mitologia nórdica, Kratos ressurge como um homem mais velho e sábio, ao lado de seu filho, Atreus. O jogo trouxe uma câmera mais próxima, um sistema de combate reformulado e uma história emocionalmente impactante, focando na relação entre pai e filho.
A recepção foi extremamente positiva, com o jogo sendo considerado uma obra-prima e vencendo o prêmio de Jogo do Ano no The Game Awards 2018.
God of War: Ragnarok e o fim da saga nórdica
A sequência, God of War: Ragnarok (2022), continuou a jornada de Kratos e Atreus, explorando profecias, deuses e batalhas épicas contra Thor e Odin. O jogo encerrou a fase nórdica da franquia de maneira grandiosa e consolidou Kratos como um dos personagens mais profundos e evoluídos da história dos games.
O impacto da narrativa na jornada de Kratos
Ao longo dos anos, a franquia God of War se destacou não apenas pelo combate visceral, mas também pela forma como desenvolveu a narrativa de Kratos. No início, ele era um personagem movido apenas pelo ódio e sede de vingança. Com o passar do tempo, especialmente na era nórdica, sua personalidade se tornou mais complexa. Ele passou de um guerreiro impiedoso para um pai tentando orientar seu filho em um mundo perigoso e imprevisível.
A transição narrativa mostra a evolução de Kratos como personagem e também reflete a maturidade dos jogadores que cresceram com a franquia. Essa mudança permitiu que God of War se tornasse mais do que apenas um jogo de ação; ele se transformou em uma experiência emocionalmente envolvente.
O futuro de God of War
Com o sucesso da fase nórdica, fica a dúvida sobre o futuro da franquia. Santa Monica Studios já sugeriu que novos horizontes mitológicos podem ser explorados. Será que Kratos se aventurará por mitologias egípcia ou japonesa? Os fãs especulam sobre o possível envolvimento de Kratos com deuses como Anúbis e Osíris ou até mesmo um encontro com divindades xintoístas.
Além disso, a presença de Atreus como peça fundamental na narrativa pode levar a série para novos caminhos. Alguns teorizam que, no futuro, Atreus poderá se tornar o protagonista, dando continuidade ao legado do pai de uma maneira totalmente nova.
Independente do rumo que a franquia tomar, God of War continua sendo uma das séries mais icônicas dos games e segue conquistando novas gerações de jogadores. Seu impacto na indústria é inegável, e a expectativa pelo próximo capítulo da saga de Kratos é cada vez maior.