Se você achava que já tinha visto tudo que o universo de Elden Ring podia oferecer, pode se preparar: Nightreign, o novo capítulo da FromSoftware, chega com uma proposta que mistura cooperação online, elementos roguelite e uma narrativa que se constrói literalmente dentro da sua memória. Isso mesmo. E não estamos falando de nostalgia — estamos falando de gameplay.
A nova cara de um velho mundo
Apesar de dividir o mesmo pano de fundo das Terras Intermédias, Nightreign não é uma sequência direta nem uma simples expansão. Segundo o diretor Junya Ishizaki, a ideia é reimaginar esse mundo através de uma linha do tempo alternativa, onde um fenômeno sombrio conhecido como Night Lord mergulhou tudo no caos.
E, claro, quando o caos reina, surgem os heróis. Ou, neste caso, os Nightfarers — oito classes jogáveis, cada uma com sua própria origem, motivações e memórias. Esses guerreiros foram reunidos para encarar essa calamidade que apareceu do nada, como se fosse um desastre natural, mas em versão pesadelo medieval.
Memórias que viram missão
O ponto que realmente diferencia Nightreign de tudo o que a FromSoftware já fez está na forma como a história é contada. Esqueça os NPCs enigmáticos e as entrelinhas nos itens. Aqui, a narrativa ganha corpo através das chamadas Lembranças, uma espécie de diário que vai sendo preenchido no Roundtable Hold, entre uma batalha e outra.
Algumas Lembranças são textos simples, trechos quase poéticos que revelam detalhes do passado do seu personagem. Mas a verdadeira mágica acontece quando você entra em uma Lembrança jogável. A tela ganha uma borda nebulosa, quase como se você estivesse sonhando, e pronto: você é transportado para reviver um pedaço da vida daquele guerreiro.
E não pense que isso é só cena bonita, não. As Lembranças vêm com objetivos bem definidos. Pode ser derrotar um chefe específico em determinado local, encontrar um item escondido numa caverna traiçoeira ou até mesmo encarar duelos em arenas no maior estilo gladiador.
Cada classe, uma jornada única

Essa estrutura dá a cada personagem uma jornada própria. Por exemplo, o Ironeye tem que rastrear um minichefe escondido para seguir com sua narrativa. Já o Wylder vive uma pegada mais exploratória, com desafios de sobrevivência que te colocam em rota de colisão com o mapa em si — incluindo armadilhas naturais e áreas perigosas.
Agora, se você curte porradaria pura, o Raider foi feito pra você. Suas Lembranças o levam para batalhas 1×1 contra chefes em arenas fechadas, numa vibe de duelo pessoal que lembra os tempos áureos de gladiadores. É só você, sua build e um desafio mortal à frente. Vai encarar?
Roguelite, mas com propósito
Mesmo sendo recheado de elementos roguelite — como mapas variáveis, morte permanente e progressão em runs — Nightreign não abre mão de uma história com propósito. Ao invés de deixar tudo fragmentado ou solto, a FromSoftware optou por usar esses elementos como peças de um quebra-cabeça emocional.
Cada partida não é só uma tentativa de chegar mais longe, mas uma chance de desbloquear memórias, entender melhor o personagem e, aos poucos, montar um quadro maior. É quase como se o jogo pedisse: “quer me vencer? Então me entenda primeiro.”
Ousadia narrativa e liberdade total
Com essa estrutura ousada, Nightreign se distancia bastante do estilo tradicional da franquia. Não espere aquele silêncio cheio de metáforas ou textos obscuros para ler no inventário. Aqui, a narrativa é ativa, viva, e depende do seu interesse em mergulhar fundo nas memórias dos personagens.
Mas, claro, se você quiser apenas partir pro cooperativo e sair derrotando chefes com a galera, também pode. O jogo permite essa liberdade. A diferença é que, ao fazer isso, você pode estar deixando passar histórias realmente incríveis.
E aí, vai se lembrar de jogar?
No fim das contas, Elden Ring: Nightreign parece menos preocupado em repetir fórmulas e mais interessado em criar uma nova experiência dentro de um universo que já é amado por milhões. Ao transformar o passado dos personagens em fases jogáveis e memoráveis (com o perdão do trocadilho), a FromSoftware dá um passo importante rumo à inovação narrativa nos jogos de ação.
E se tem uma coisa que esse estúdio sabe fazer, é surpreender a gente.
Então já sabe: quando Nightreign chegar, não jogue só com os dedos. Jogue com atenção. Porque em cada canto, em cada memória, pode ter uma história esperando pra ser lembrada.