Com a recente e triste notícia do falecimento de Val Kilmer (dezembro de 1959 – abril de 2025), muitos fãs estão relembrando o legado deixado pelo ator em diversas obras do cinema. E entre elas, uma em especial brilha com força única: sua interpretação como Bruce Wayne em Batman Forever, de 1995. O filme, apesar de controverso à época, marcou toda uma geração — e, curiosamente, também deu origem a um jogo que merece ser lembrado neste momento de saudade: Batman Forever: The Arcade Game.
Um jogo que virou símbolo de uma era
Lançado entre 1995 e 1996 pela Acclaim, Batman Forever: The Arcade Game foi um beat ‘em up clássico dos fliperamas, depois adaptado para consoles como o PlayStation, SNES e Sega Genesis. Ao contrário do jogo Batman Forever de plataforma, este título foi totalmente voltado à pancadaria em estilo arcade, permitindo que dois jogadores enfrentassem ondas de inimigos na pele de Batman e Robin.
Na trama, os jogadores precisam deter os vilões icônicos do longa: Duas-Caras (Tommy Lee Jones) e O Charada (Jim Carrey), enfrentando capangas e desafios com muita ação.
Mas o que poucos percebem é como esse game, mesmo com suas limitações, captura a estética e energia do filme, funcionando quase como uma cápsula do tempo — e eternizando a versão de Val Kilmer como o Cavaleiro das Trevas.
Val Kilmer: um Batman injustiçado que merece ser relembrado

Em 1995, assumir o manto do Batman não era tarefa fácil. Após o sucesso de Michael Keaton nos filmes de Tim Burton, muitos torceram o nariz para a versão dirigida por Joel Schumacher. Porém, com o passar dos anos, a atuação de Val Kilmer foi sendo resgatada e reavaliada com mais carinho, especialmente pelos fãs que cresceram assistindo ao filme.
O próprio Kilmer, em entrevistas, revelou que interpretar o herói foi um desafio pessoal, mas também uma honra. Seu Bruce Wayne era introspectivo, contido, carregando os dilemas internos do personagem de forma mais sutil. Ainda que o roteiro e a direção optassem por uma estética mais “colorida” e caricata, Kilmer trouxe uma camada emocional que ainda toca muitos fãs.
Com sua morte, essa versão do Batman ganha ainda mais peso nostálgico e simbólico — e jogos como Batman Forever: The Arcade Game ajudam a manter viva essa representação.
Batman Forever: The Arcade Game – Uma homenagem pixelada

Visualmente, o jogo trazia sprites digitalizados, no mesmo estilo de Mortal Kombat, com golpes exagerados, efeitos chamativos e uma trilha sonora eletrizante. Era, sem dúvida, um produto dos anos 90 em sua forma mais pura.
Mas além da estética, The Arcade Game também serve como uma homenagem interativa ao universo do filme — e, por tabela, à performance de Kilmer. A cada golpe desferido, a cada confronto contra os vilões, há um traço daquilo que vimos nas telonas em 1995. O game eterniza o filme, e o filme eterniza Val Kilmer.
Um legado que vai além do cinema
Para muitos jogadores, descobrir Batman Forever: The Arcade Game era como estender a experiência do cinema para o quarto ou para os fliperamas da época. A conexão emocional com o jogo vai muito além da jogabilidade ou gráficos — ela está no contexto, nas lembranças, no impacto cultural.
Agora, com a despedida de Val Kilmer, revisitar esse game é mais do que um ato de nostalgia. É uma forma de homenagem. De reviver, mesmo que por alguns minutos, a sua versão do Batman em meio a golpes, chefões e fases que carregam o espírito daquele filme.
A importância de valorizar as memórias
A cultura pop tem o poder de imortalizar artistas. Seja em filmes, séries, músicas ou jogos, o que fica não é apenas a imagem, mas a emoção que ela transmite. Val Kilmer, com todas as nuances de sua carreira, deixa um legado afetivo que transcende o tempo. E Batman Forever: The Arcade Game é um dos pedaços desse legado — talvez não o mais famoso, mas com certeza um dos mais curiosos e simbólicos.
Revisitar esse jogo em 2025 é uma forma bonita de dizer:
“Obrigado, Val. Você foi o nosso Batman. E será para sempre.”