Alguns jogos ficam na memória pelo gráfico, pela história ou até por aquele chefe impossível de vencer. Mas se teve algo que realmente moldou a experiência no PlayStation 2, foram as trilhas sonoras. Porque, vamos ser sinceros: quem nunca ouviu uma música e foi instantaneamente transportado pra uma corrida noturna em Bayview ou pra um rolê caótico em Los Santos?
Nesse artigo, a gente não vai só listar músicas. A ideia aqui é reviver sensações. Te levar de volta pra aquela época em que o PS2 era o centro da sala (ou do quarto), a TV de tubo esquentava e o controle tinha até o fio meio torto de tanto uso.
1. Need for Speed: Underground 2 – O som da rua

A primeira nota de Riders on the Storm (remix com Snoop Dogg) já dá o clima: é hora de correr. Mas Underground 2 não parava por aí. Tinha Black Betty, The Bronx, Queens of the Stone Age, e uma seleção que misturava rock, hip hop e eletrônico como nenhum outro jogo de corrida fez até hoje.
Mais do que uma trilha: era a alma do tuning. Você podia estar apenas no menu montando o visual do carro, mas a música te colocava no clima da pista. Era como se você fosse o Vin Diesel da quebrada.
2. Tony Hawk’s Underground 2 – Punk, caos e skate na veia
Quem jogou THUG2 sabe: não era só sobre manobras, era sobre atitude. E isso começava no som. Com Ramones, Rancid, Beastie Boys, The Doors e até uns eletrônicos malucos, o jogo era um compilado da rebeldia dos anos 2000.
Você podia estar só treinando um manual, mas a trilha te fazia sentir parte de um videoclipe da MTV. Cada música casava com a cidade, com o cenário, com o momento. E mesmo quem não curtia punk rock acabou descobrindo sons ali que ficaram pra vida.
3. GTA: San Andreas – A rádio que moldou uma geração
Aqui a conversa muda de nível. GTA: San Andreas não tinha só trilha sonora. Tinha estações de rádio completas, com locutores, comerciais fake e uma seleção musical absurda. Quer um clima gangsta? Liga na Radio Los Santos. Curte clássicos? Vai de K-DST. Quer zoeira? Bounce FM e Master Sounds 98.3 te esperam.
Foi ali que muita gente conheceu 2Pac, N.W.A, Public Enemy, Eazy-E, Faith No More e até Willie Nelson. E o mais doido é: mesmo com tantas músicas, você lembrava de cada rádio. De cada bordão. De cada DJ. Aquilo ali era mais do que trilha — era parte da construção do mundo.
4. Devil May Cry 3 – Quando o metal encontra o caos
Devil May Cry 3 chegou chutando portas. A ação frenética pedia uma trilha à altura. E a Capcom entregou: metal industrial, guitarras pesadas, batidas quebradas e aquele vocal insano que tocava sempre que a pancadaria começava.
Não era uma trilha “bonita”. Era agressiva, suja, estilosa — como o próprio Dante. Você se sentia num videoclipe de nu metal enquanto destruía demônios com espada e pistola. E quando a música voltava ao normal depois da batalha, dava até saudade do caos.
5. Burnout 3: Takedown – A adrenalina musical definitiva
Burnout 3 era sobre velocidade insana, colisões cinematográficas e rivalidade no limite. A trilha precisava acompanhar esse ritmo, e conseguiu. Com Jimmy Eat World, Yellowcard, Franz Ferdinand, My Chemical Romance e outros nomes fortes da época, o jogo fez um mashup perfeito entre corrida e cultura emo/pop punk.
Era impossível ouvir Just Tonight ou I’m Not Okay e não lembrar do boost acelerando no máximo segundos antes de destruir um rival com um Takedown em câmera lenta.
6. SSX 3 – Snowboard com flow
SSX 3 é um jogo que talvez nem todos jogaram, mas quem jogou… sabe. A trilha era um espetáculo à parte: N.E.R.D., Placebo, Fatboy Slim, Basement Jaxx, X-Ecutioners — e aquela vibe eletrônica que fazia parecer que você tava numa rave no topo da montanha.
Era freestyle no snowboard com flow de DJ. E tudo era cronometrado certinho: a batida subia junto com o drop na pista. E o jogo te fazia sentir estilo puro.
Por que essas trilhas marcaram tanto?
Porque não eram só trilhas sonoras. Eram trilhas emocionais. Elas tocaram a gente numa época em que cada jogo era uma imersão completa. E quando você ouve hoje, em 2025, aquela mesma música… é como se voltasse no tempo, sem loading, sem save, sem aviso.
Se o PS2 foi o rei da geração, muito disso foi mérito do som. Do cuidado que cada estúdio tinha em montar uma trilha que fosse mais do que pano de fundo. Era parte da narrativa. Parte da identidade.