Se tem um console que marcou uma geração inteira de gamers portáteis, esse foi, sem dúvida, o PlayStation Portable, ou simplesmente PSP. Lançado pela Sony em 2004, o portátil chegou prometendo algo ousado: levar a experiência dos consoles de mesa pra palma da mão.
E olha… deu certo. Por um tempo, muito certo. Só que como toda boa história, teve um auge, um declínio e, claro, aquele gostinho agridoce de nostalgia que bate toda vez que a gente lembra dele.
Bora relembrar a trajetória completa do PSP — do anúncio que chocou a indústria ao esquecimento, impulsionado pelos smartphones e até pelo próprio PS Vita.
O anúncio que parou o mundo (2004)
O mundo dos portáteis, até então, era basicamente dominado pela Nintendo. Game Boy, Game Boy Advance e, na época, o recém-anunciado Nintendo DS estavam no topo.
Eis que, na E3 de 2004, a Sony chega chutando a porta e anuncia seu primeiro portátil: o PSP.
O impacto foi imediato. O visual era futurista, com uma tela widescreen gigantesca pra época, gráficos absurdamente à frente de qualquer outro portátil e até a promessa de reproduzir filmes, músicas e acessar a internet. Parecia coisa de outro planeta.
O anúncio não foi só um passo ousado… foi um soco na mesa da indústria.
O auge absoluto (2005 a 2008)

O PSP foi lançado oficialmente no Japão em dezembro de 2004, chegando à América e Europa em 2005. E, rapidamente, virou um sucesso de vendas.
Por que o PSP bombou tanto?
- Gráficos de console de mesa na palma da mão. Jogos como God of War: Chains of Olympus, Gran Turismo, Metal Gear Solid: Peace Walker e GTA: Liberty City Stories não deviam quase nada aos seus irmãos de PS2.
- Multimídia total. O PSP rodava filmes, músicas, navegava na internet e até exibia fotos — coisa de outro mundo pra época.
- Jogos em mídia física (UMD). O pequeno disquinho era estiloso, diferente, moderno… pelo menos até começarem os problemas.
- Uma biblioteca recheada de títulos first-party incríveis e suporte de third-parties pesadas.
Até 2008, o PSP tava no auge. Vendeu mais de 80 milhões de unidades no mundo todo, algo simplesmente absurdo. Tinha até filme sendo lançado direto em UMD.
Os primeiros sinais de queda (2009 em diante)
Só que… nem tudo dura pra sempre.
Onde começou a desandar?
- O UMD virou um problema. O disquinho era bonito, mas frágil, fazia barulho demais e tinha carregamento bem lento.
- A própria Sony parecia meio perdida em como expandir o console. Surgiram modelos como o PSP Go, que era 100% digital, mas chegou antes da hora. A PSN, na época, não estava preparada pra isso.
- A pirataria explodiu. O desbloqueio era tão fácil que, em certo momento, praticamente todo mundo rodava jogos baixados. Isso impactou direto no interesse das desenvolvedoras.
- E, claro… os smartphones começaram a virar uma ameaça real. iPhone, Android e outros dispositivos começaram a oferecer jogos mais baratos, experiências rápidas, e o público mais casual migrou aos poucos.
De 2009 em diante, o PSP começou a perder força lentamente. Ainda recebia lançamentos, claro, mas já dava pra perceber que o mercado começava a olhar pra outro lado.
O golpe final: o PS Vita e os smartphones (2011)
A própria Sony ajudou a decretar o fim do PSP. Em 2011, ela anuncia oficialmente o sucessor, o PlayStation Vita.
A proposta do Vita era até parecida, mas com uma pegada bem mais moderna: tela OLED, touch frontal e traseiro, gráficos quase de PS3 e promessa de integração com o PS4.
Só que, somado a isso, o mercado de games portátil tava mudando completamente. Smartphones tomaram conta. Os jogos estavam mais acessíveis, mais baratos e na palma da mão — sem precisar de outro dispositivo dedicado.
O PSP foi lentamente sendo aposentado. Sua produção foi encerrada oficialmente em 2014.
O legado do PSP
Mesmo com esse final meio melancólico, o PSP deixou uma marca gigantesca. Ele provou que sim, dava pra ter uma experiência de console no bolso. E mais: abriu caminho pra que a própria indústria começasse a olhar pro portátil de outro jeito.
Até hoje, o PSP é lembrado como:
- O portátil mais poderoso da sua geração.
- Um console com uma biblioteca absurda, incluindo clássicos exclusivos e ports incríveis.
- O responsável por forçar a Nintendo a inovar mais (o que gerou, lá na frente, o Nintendo Switch).
- Uma máquina que entregava bem mais do que só jogos. Foi um dos primeiros gadgets multimídia que muita gente teve.
E hoje, vale ter um PSP?
Vale demais. Em 2025, o PSP vive uma onda de renascimento entre colecionadores e fãs de consoles antigos. O preço tá acessível, a cena de desbloqueio é fortíssima, e dá pra usar ele não só pra jogar seus clássicos de PSP, como também pra rodar:
- PS1
- Super Nintendo, Mega Drive, Game Boy, e vários outros consoles antigos
Sem contar que o fator nostalgia pesa muito. E jogar um God of War: Ghost of Sparta ou Metal Gear Solid: Peace Walker no portátil, em pleno 2025, ainda é uma experiência incrível.
O PSP não morreu. Ele só virou lenda.
Se no auge ele foi sinônimo de inovação e potência, hoje o PSP é uma verdadeira peça de coleção, uma lenda viva dos portáteis. E, sinceramente, mereceu cada segundo desse legado.