A marca PlayStation possui um histórico recheado de sucessos e inovações. Desde a década de 90, a Sony consolidou seu nome no mercado com clássicos que moldaram gerações de gamers. Mas nem tudo que leva o selo “PlayStation” virou ouro. Ao longo das gerações, diversos jogos foram lançados com grande expectativa — e rapidamente esquecidos por motivos diversos: falhas de jogabilidade, recepção crítica negativa, vendas baixas ou uma combinação de tudo isso.
Selecionamos dez exemplos emblemáticos de jogos que a própria Sony parece preferir que fiquem nas sombras, ignorados em coletâneas, ausentes em catálogos digitais e esquecidos nas apresentações nostálgicas. São títulos que entraram para a história… mas não da forma que seus criadores imaginavam.
1. The Order: 1886 (PS4)
Lançado como uma vitrine gráfica para o PlayStation 4, The Order: 1886 prometia um universo cinematográfico com narrativa envolvente e gameplay moderno. O visual impressionava, mas a experiência era extremamente linear, curta e com pouca interação. Em menos de seis horas de jogo, muitos usuários viram os créditos subirem sem sentir que haviam realmente jogado algo impactante. Apesar da atmosfera vitoriana estilosa e do enredo com potencial, a falta de profundidade selou seu destino. Até hoje, a Sony não fala sobre o título — e uma continuação nunca foi cogitada.

2. Knack (PS4)
Lançado junto com o PS4, Knack deveria ser o mascote da nova geração. Com uma proposta de aventura acessível, gráficos coloridos e um personagem carismático, o jogo não entregou o que prometia. A jogabilidade repetitiva, a dificuldade mal ajustada e a narrativa rasa fizeram com que Knack se tornasse um meme entre jogadores. Apesar de uma sequência que tentou corrigir os erros, o estrago já estava feito. A franquia foi engavetada e raramente é lembrada pela Sony — mesmo em listas que resgatam os marcos do lançamento do console.
3. Genji: Days of the Blade (PS3)
Poucos jogos passaram tanta vergonha quanto Genji: Days of the Blade na conferência da E3 2006. A famosa frase sobre “batalhas baseadas em eventos históricos reais” seguida da aparição de um gigante caranguejo virou piada instantânea. Fora do palco, o jogo também falhava: combates travados, narrativa genérica e problemas técnicos tornaram a experiência frustrante. Mesmo com uma tentativa de atrair fãs de hack and slash, o título foi rapidamente esquecido e não teve qualquer continuidade ou relançamento.
4. PlayStation All-Stars Battle Royale (PS3/PS Vita)
Uma tentativa clara de competir com o sucesso de Super Smash Bros., All-Stars reuniu personagens icônicos da Sony, como Kratos, Nathan Drake e Sackboy. A ideia era boa, mas a execução tropeçou: o sistema de combate não empolgava, a variedade de personagens era limitada e a ausência de figuras queridas como Crash Bandicoot e Spyro foi duramente criticada. Mesmo com uma comunidade que tentou manter o jogo vivo, a Sony abandonou o projeto. Nunca houve sequência, nem aparições nostálgicas em coletâneas. Hoje, parece um experimento que todos preferem esquecer.
5. Lair (PS3)
Lair era uma das grandes promessas do início do PlayStation 3. Apostando pesado nos sensores de movimento do Sixaxis, o jogo colocava o jogador no controle de dragões em batalhas aéreas épicas. Mas a realidade foi bem diferente. Os controles eram desastrosos, a curva de aprendizado íngreme e o gameplay, tedioso. A crítica foi impiedosa e o público não perdoou. O fracasso foi tão evidente que um patch foi lançado para permitir o uso do analógico, algo que já deveria estar presente desde o início. Após isso, o jogo foi sepultado e jamais mencionado oficialmente.
6. Rise of the Kasai (PS2)
Sequência do interessante The Mark of Kri, Rise of the Kasai buscava expandir o universo original com uma história mais complexa e novas mecânicas de combate. Apesar do estilo artístico único e ambientação inspirada na cultura polinésia, o jogo tropeçava em seus controles e inteligência artificial problemática. A evolução esperada não veio, e o jogo foi esquecido mesmo entre os fãs mais nostálgicos do PS2. A Sony não apenas deixou de lado o título como também apagou qualquer plano de retorno da franquia.

7. Haze (PS3)
Apresentado como um possível concorrente de Halo, Haze tinha um enredo promissor e uma forte campanha de marketing. Lançado como exclusivo temporário do PS3, o jogo sofreu com gráficos abaixo do esperado, bugs, IA fraca e uma narrativa mal desenvolvida. O projeto afundou e se tornou um dos maiores fracassos da geração. A Sony nunca o incluiu em nenhuma campanha de retrospectiva e, até hoje, é difícil encontrá-lo até mesmo em discussões entre fãs mais assíduos.
8. Twisted Metal (PS3)
A tentativa de reviver a clássica franquia de combate veicular foi recebida com entusiasmo, mas o lançamento decepcionou. Apesar das boas intenções e do retorno de personagens icônicos, o jogo sofria com problemas de matchmaking, falta de conteúdo e bugs que comprometiam a jogabilidade online. As críticas mistas e a queda rápida na base de jogadores fizeram com que o jogo fosse esquecido. A Sony nunca mais investiu na série, mesmo com o lançamento recente de uma série de TV baseada no universo.
9. Mag (PS3)
Massive Action Game, ou simplesmente MAG, prometia partidas online com até 256 jogadores simultâneos. Era um conceito ambicioso, mas mal executado. A ausência de servidores estáveis, a dificuldade de coordenação em grupos tão grandes e a curva de aprendizado complexa fizeram o projeto naufragar. Mesmo com uma base inicial interessada, o jogo perdeu tração rapidamente e os servidores foram desligados poucos anos após o lançamento. Desde então, não houve qualquer esforço para manter viva a memória do título.
10. Echochrome II (PS3)
Embora visualmente interessante e conceitualmente inteligente, Echochrome II era mais um experimento do que um jogo mainstream. Com jogabilidade que usava o PlayStation Move para projetar sombras e resolver puzzles, o título exigia muita paciência e familiaridade com o controle de movimento. Por mais criativo que fosse, acabou sendo ignorado por boa parte dos jogadores. Nunca foi relançado e permanece enterrado como uma peça de curiosidade esquecida no catálogo do PS3.

Até os gigantes tropeçam
A trajetória do PlayStation é marcada por gigantes como God of War, The Last of Us e Gran Turismo, mas nem só de glória vivem os consoles da Sony. Os fracassos listados aqui mostram que, mesmo com recursos, marketing e expectativas elevadas, nem tudo se traduz em sucesso. São jogos que hoje servem como lembrete de que ousadia sem execução pode custar caro — e que nem toda aposta vira clássico. Ao que tudo indica, a melhor forma encontrada pela Sony de lidar com eles foi deixar o passado enterrado.