O universo de Elden Ring acaba de ganhar uma expansão ousada, diferente de tudo que a From Software já produziu. Elden Ring Nightreign é um spin-off que leva a experiência da série para um formato completamente novo, combinando elementos clássicos dos soulslike com mecânicas inspiradas em battle royale e sobrevivência cooperativa.
O resultado é uma proposta desafiadora, intensa e, ao mesmo tempo, muito diferente do jogo base. Mas será que essa mistura funciona?
Aqui está um panorama completo sobre como é a experiência de jogar Elden Ring Nightreign, seus pontos fortes, fracos e tudo o que você precisa saber antes de se aventurar nesse novo mundo.
Uma releitura ousada do universo de Elden Ring
Diferente do jogo base, Elden Ring Nightreign não é um RPG de mundo aberto tradicional. Ele é estruturado em missões chamadas de expedições, que podem ser jogadas tanto no modo solo quanto em modo cooperativo para três jogadores.
O ponto central do jogo é explorar mapas que se comportam de forma dinâmica, acumulando recursos, derrotando inimigos e, ao final de cada ciclo, enfrentar um chefe poderoso que representa o ápice daquela missão.
A mesa redonda como hub do jogo

O jogo mantém elementos familiares aos fãs da franquia. A Mesa Redonda, local icônico do Elden Ring original, retorna como o hub central de Nightreign.
É a partir dali que os jogadores acessam todos os recursos essenciais do jogo:
- Loja de itens e melhorias
- NPCs com missões secundárias ou informações
- Campo de treinamento, onde é possível testar habilidades, comandos, armas e entender o funcionamento das diferentes classes.
- Seleção de expedições, que define qual será o alvo principal da missão.
Esse ambiente funciona como o ponto de preparação antes de partir para os desafios do mundo externo.
Estrutura das expedições: exploração, sobrevivência e batalha contra o tempo
Cada expedição começa de forma semelhante: você e sua equipe (ou sozinho, se preferir) são lançados em um mapa aberto, no início de um ciclo de dia.
O objetivo inicial é explorar livremente o cenário, derrotar inimigos menores e coletar runas, equipamentos e upgrades. As atividades incluem:
- Exploração de igrejas, que fornecem mais frascos de cura.
- Derrotar chefes opcionais em ruínas, que garantem runas e itens especiais.
- Encontrar baús, santuários e pontos de interesse que oferecem melhorias cruciais.
Esse loop inicial é fundamental, já que a progressão do personagem dentro da expedição faz toda a diferença no sucesso contra os desafios mais avançados.
A chuva que fecha o mapa: uma mecânica de pressão constante
Conforme o dia avança, uma chuva mortal começa a se espalhar pelo mapa, reduzindo progressivamente as áreas seguras.
É possível atravessar zonas atingidas pela chuva, mas ela causa dano constante, forçando os jogadores a se manterem dentro de uma região específica.
Quando chega o final do ciclo do dia, o mapa se restringe quase completamente, deixando apenas uma pequena área onde acontece a batalha contra o chefe do dia.
Derrotando esse boss, inicia-se um novo ciclo de dia, com o mapa novamente liberado para exploração — até que, ao final, surge o chefe final da expedição, aquele que foi selecionado no início da missão.
O combate é brutal, estratégico e focado em cooperação

Assim como nos jogos tradicionais da From Software, o combate exige:
- Gestão de estamina
- Uso inteligente de ataques fracos, fortes e carregados
- Defesa com escudos e contra-ataques após bloqueios bem-sucedidos
- Uso de armas em uma ou duas mãos, além de magias e habilidades passivas
Uma diferença marcante é que, no modo cooperativo, os aliados podem reviver uns aos outros, o que torna a exploração e as batalhas muito mais dinâmicas e menos punitivas.
No modo solo, essa possibilidade não existe. Se você morrer, a expedição falha imediatamente. Isso torna a experiência single player consideravelmente mais difícil e, muitas vezes, frustrante.
Sistema de classes: cada personagem, uma função vital
Elden Ring Nightreign oferece uma variedade de classes, cada uma com funções bem definidas e habilidades únicas. Algumas das principais são:
- Corsário: Guerreiro pesado, focado em dano bruto e quebra de postura. Forte em combate corpo a corpo, mas lento.
- Olho de Ferro: Arqueiro que se destaca no suporte à distância, sendo fundamental tanto para reviver aliados quanto para aplicar efeitos como veneno e congelamento.
- Guardião: Tanque clássico, capaz de atrair a atenção dos inimigos e proteger o grupo com escudos poderosos.
A chave para o sucesso no modo cooperativo é formar times balanceados, combinando classes de combate corpo a corpo com personagens de suporte e ataque à distância.
Progressão e sinergia de equipamentos
Durante as expedições, armas e armaduras podem ser encontradas com atributos aleatórios e bônus passivos, o que permite criar combinações e sinergias específicas para o seu estilo de jogo.
Esses bônus podem incluir:
- Aumento de atributos como força, destreza ou inteligência.
- Melhoria na eficácia de magias, golpes carregados ou ataques com duas mãos.
- Aumento de resistência a efeitos negativos ou quebra de postura dos inimigos.
Além disso, é possível equipar relíquias, que funcionam como perks adicionais, personalizando ainda mais o personagem.
A trilha sonora rouba a cena
Um dos pontos que mais impressiona em Nightreign é a trilha sonora. As músicas são grandiosas, orquestradas e possuem uma presença constante durante a exploração e, especialmente, nas batalhas contra os chefes.
O trabalho de áudio não fica atrás. Efeitos como sons de espadas colidindo, gritos dos inimigos, quebra de postura e explosões são incrivelmente bem executados, aumentando ainda mais a imersão.
Pontos positivos e negativos
Pontos fortes:
- Combate extremamente sólido, fiel ao DNA da From Software.
- Loop viciante de exploração, coleta e aprimoramento.
- Cooperação bem implementada, com sistema de reviver aliados.
- Sistema de classes balanceado e estratégico.
- Trilha sonora e ambientação impecáveis.
Pontos negativos:
- Experiência solo extremamente punitiva e, por vezes, frustrante.
- Problemas técnicos como quedas de frame rate, especialmente em momentos com muitos efeitos na tela.
- Gráficos competentes, mas abaixo do esperado para a atual geração.
- Repetição pode aparecer após muitas expedições, principalmente jogando sozinho.
Elden Ring Nightreign: vale a pena?
Se você é fã do universo Soulsborne, gosta de desafios e tem amigos para jogar em coop, Elden Ring Nightreign entrega uma experiência intensa, diferente e extremamente divertida.
Por outro lado, se seu perfil é de quem prefere jogar solo, a experiência pode se tornar excessivamente difícil, punitiva e até cansativa após algumas expedições.
No fim das contas, Nightreign é uma expansão experimental, que quebra paradigmas do que se espera da From Software, e faz isso de forma competente, ainda que com ressalvas.
É, sem dúvida, um jogo que vale ser experimentado, especialmente por quem busca uma nova forma de se aventurar no universo brutal de Elden Ring.