Entre os anúncios mais comentados do ano, Doom: The Dark Ages chamou atenção não só pelo visual brutal e pela volta às origens da franquia, mas também por um detalhe que passou batido por muitos: o jogo será lançado apenas em formato digital. Nenhuma edição física foi confirmada até o momento — e isso, vindo de um título tão grande, levanta uma pergunta que vai além do game em si: será que estamos vivendo o início do fim da mídia física nos videogames?
A decisão de lançar Doom: The Dark Ages sem mídia física causou surpresa, especialmente entre os colecionadores e jogadores que ainda valorizam ter a caixinha na estante. Afinal, estamos falando de uma das maiores franquias da história dos FPS, agora com produção direta da Bethesda sob comando da Microsoft, que aparentemente resolveu testar os limites de um novo modelo de distribuição.
Bethesda sem disco: estratégia ou tendência?
Desde que a Microsoft adquiriu a Bethesda, muita coisa mudou nos bastidores da publisher. Alguns títulos passaram a chegar direto no Xbox Game Pass, o foco em serviços aumentou, e a comunicação se tornou mais alinhada com a estratégia da divisão Xbox como um todo.
Com Doom: The Dark Ages, parece que a decisão de abandonar a mídia física não é só logística — é simbólica. Um jogo grande, aguardado, e com apelo multiplataforma (sim, ele também será lançado para PlayStation 5), que chega apenas por download. Nenhuma edição física. Nenhum disco. Nenhuma prateleira.
Isso acende um alerta: será que a Microsoft está antecipando o futuro, onde os jogos físicos deixam de existir?
Jogos 100% digitais: caminho sem volta?

Hoje, o cenário é claro: a maioria das vendas já acontece via loja digital. Mesmo assim, títulos grandes ainda costumam receber edições físicas — muitas vezes com bônus de colecionador, steelbooks, encartes e aquele cheirinho de jogo novo que muita gente ainda ama. Só que, aos poucos, isso parece estar mudando.
A decisão de lançar Doom: The Dark Ages apenas em versão digital pode indicar um experimento por parte da Microsoft: medir o impacto de cortar a mídia física de um título relevante, mas sem o mesmo peso de um Starfield ou The Elder Scrolls VI.
Se a reação for positiva ou neutra, quem garante que os próximos lançamentos não sigam o mesmo caminho?
E o impacto para os jogadores?
Do lado de quem consome, a ausência da mídia física de Doom: The Dark Ages gera algumas reações divididas:
- Colecionadores e fãs raiz sentem que estão perdendo parte da experiência, aquela de abrir a caixa, ver o encarte, guardar o disco com carinho.
- Gamers modernos — que já jogam quase tudo via Game Pass, Steam ou PSN — talvez nem sintam diferença.
- Mercado de usados também sofre, já que jogos digitais não podem ser revendidos ou trocados.
Mas a grande questão é: até onde vai o controle da plataforma sobre aquilo que você comprou? Um jogo digital pode ser removido da loja, perder suporte ou até ser “desativado” em casos extremos. Com o disco em mãos, essa possibilidade praticamente não existe.
Multiplataforma e controle total?
Outro ponto curioso é que, mesmo com o jogo sendo lançado também no PS5, a Microsoft optou por não produzir mídia física nem para o concorrente. Isso reforça a ideia de que a empresa está mais interessada em ter controle total sobre a distribuição, do que em manter tradições da indústria.
E pode ter certeza: se Doom: The Dark Ages vender bem sem disco, outras empresas vão seguir o exemplo.
Se você procurava saber sobre a Doom: The Dark Ages mídia física, a resposta é direta: não vai ter — e isso abre uma discussão muito maior sobre o futuro da indústria. Será que estamos vendo os primeiros passos rumo a um mercado 100% digital? Será que o “fim da caixinha” está mais perto do que imaginamos?
Uma coisa é certa: o movimento da Microsoft é ousado, e coloca pressão sobre quem ainda resiste ao digital. Resta saber se o público vai comprar a ideia… literalmente.